quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A Eficiência no gerenciamento e organização de cabos.


A especialista mundial em sistemas para infraestrutura elétrica e redes, a LEGRAND inova mais uma vez e traz para o Brasil o sistema de organização de cabos com Eletrocalhas Aramadas da CABLOFIL, com diversos diferenciais e vantagens que fazem a diferença na execução de projetos elétricos e dados. Com quatro unidades de produção na Europa e nos E.U.A, a CABLOFIL conta com mais de 130.000 km de eletrocalhas aramadas instaladas.
Utilizado em diversos setores da Indústria, a CABLOFIL se destaca pelo fácil manuseio em campo e sua versatilidade na criação de curvas sem o uso de componentes a parte, tudo é feito a partir do próprio trecho de eletrocalha. Com isso se reduz o custo do projeto e o principal, se ganha tempo na execução do projeto.

 

 Um dos diferenciais da marca é o formato de solda em “T” conforme ilustrado na Figura 1, este tipo de solda facilita lançamento dos cabos e evita o rompimento da capa dos mesmos.

Uma das principais duvidas quando falamos sobre eletrocalhas aramadas é em relação a resistência mecânica. As eletrocalhas aramadas CABLOFIL são testadas em varias situações, e com isso sua resistência e durabilidade é comprovada e certificada pelos principais laboratórios mundiais.
 
Figura 2: Gráfico de relação Peso X Distância
Disponível em tamanhos de 100 a 600 mm de largura, a CABLOFIL conta com eletrocalhas EZ (Zincado Eletrolítico) GC (Galvanizada a fogo) 304L e 316L (Inox).

A Reymaster conta com um corpo técnico especializado que auxilia os clientes na especificação das eletrocalhas aramadas e dicas na instalação. Contamos com uma grande variedade de eletrocalas aramadas em estoque e seus acessórios.

Autor: Willian Marconato
 Promotor técnico.

                               
                       
 
                                                                                     
 

AUTOMAÇÃO E REDES INDUSTRIAIS


Atualmente, a automação assim como as redes de comunicações não ficam restritas somente ao chão de fábrica do âmbito industrial. A automação adquire novos rumos e possui relativa importância no mundo dos negócios, fazendo com que o desempenho dos processos industriais influencie com grande força a ação comercial das empresas. Nesse artigo serão abordadas as camadas de automação dentro de um sistema, assim como suas redes de comunicação, e como elas podem desempenhar funções para melhoria em controle de processos.

Crescentes demandas de informações e variáveis cada vez mais complexas dentro de um processo industrial colocam a automação de processos como fator de suma importância no setor fabril. Com esse advento, economia de energia, melhor gerenciamento no controle de qualidade e aumento de produtividade, são alguns dos benefícios recorrentes da implantação de sistemas automatizados.
Para um bom entendimento e uma visão mais completa e adequada de uma rede de comunicação em um sistema de automação, é necessário compreender a forma com que a mesma é segmentada e como funciona a integração das suas camadas de rede ou níveis da pirâmid e de automação, como mostra a figura abaixo. 


 
Como primeiro nível em um sistema automatizado tem-se os dispositivos de campo, ou seja, sensores e atuadores. O nível de chão de fábrica propriamente dito, onde os componentes da planta, o maquinário ou equipamentos que executam o controle distribuído, integram a primeira camada da pirâmide de automação. Como exemplo, no primeiro nível tem-se a rede Fieldbus, CAN, Profibus DP, Profibus PA e HART.
Em seguida tem-se a camada de controle, onde o CLP, CNC e SDCD se encontram. Nível com os equipamentos que executam o controle (automático centralizado ou não) das ações de uma planta industrial. Controlnet, EthenetIP, OPC, Modbus e Profinet exemplificam a rede de comunicação dessa camada, fazendo a integração com o nível seguinte.
Com os sistemas de supervisão: Workstation, PC e IHM o terceiro nível da pirâmide da automação é implementado. Através dessa camada é permitida a supervisão e otimização dos processos. Normalmente, este nível é proprietário de bancos de dados com informações relativas ao processo. Ethernet, TCP/IP, OPC, DDE e DCOM são as redes de comunicação com o nível posterior.
A partir do quarto nível é possível a programação e planejamento de produção. Através dessa camada é realizado o controle, agendamento e logística de suprimentos. As informações trafegadas já possuem determinada importância e relativa concatenação com a gestão e a administração empresarial. Este nível também utiliza os padrões Ethernet e TCP/IP.
No quinto e último nível da pirâmide, convergindo para pontos específicos, ou seja, integrando uma centralização das informações, encontra-se o gerenciamento corporativo, responsável pela administração dos recursos da empresa. Nessa camada encontram-se os softwares para gestão de vendas e financeira.

A tecnologia da informação cada vez mais adquire peso em um processo industrial. Dados digitais se mostram cada vez mais determinantes e acessíveis acerca de um protocolo de rede de comunicação. Com isso, questões totalmente relativas a um único processo podem ser analisadas e trabalhadas para uma melhoria contínua das linhas dentro da indústria, refletindo de forma significativa no topo da pirâmide, onde os sistemas de gestão e vendas estão presentes.
Como exemplo de uma melhoria de campo tem-se as novas plataformas de sensores industriais. Com o elevado desempenho de microprocessadores e microcontroladores, assim como o fornecimento facilitado dos mesmos, os dispositivos de campos já possuem interface de comunicação de rede. Assim estimando uma troca de dados muito mais eficiente e refletindo de forma positiva no processo gerencial da empresa.
Notadamente nos últimos anos, com o avanço das áreas do conhecimento da eletrônica, focando principalmente a eletrônica digital e colocando em evidência a automação e as redes de comunicação, fica fácil verificar a melhoria no controle de processo, como a evolução tecnológica tornou o mercado atual mais rápido tanto no que diz respeito aos processos da manufatura, assim como na qualidade e padronização do produto final.



Vitor Santos
Tecnólogo em Automação Industrial
Promotor Técnico

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nova linha Cat.5E da Hellermann Tyton para pequenas redes

Hoje qualquer empresa, mesmo as de pequeno porte, precisa de uma rede. A instalação do cabeamento estruturado nesses ambientes pode ser fácil e rápida, e o melhor, mantendo a qualidade técnica das grandes corporações. A HellermannTyton lançou uma nova linha de cabeamento de Categoria 5E, a LC Solution, voltada especificamente para as pequenas redes, pois alia vantagens como os custos mais acessíveis e a simplicidade de instalação.
      "Percebemos que havia uma grande demanda por esse tipo de solução", diz Ricardo Chiesa, gerente de produto da HellermannTyton e um dos idealizadores da LC Solution, que foi totalmente desenvolvida no Brasil.
      A aposta estava certa: em poucos meses de lançamento (a apresentação ao mercado ocorreu em fevereiro ultimo), as vendas superaram as expectativas. "Estamos recebendo muitos pedidos de todo o país", diz Chiesa.
      A HellermannTyton continuará com sua linha tradicional de cabeamento, importada da matriz na Inglaterra, que não concorre com a LC Solution. "Até mesmo a forma de comercialização é diferente", diz o gerente. Ou seja, enquanto a primeira destina-se ao setor high end, de grandes projetos de integradores e distribuidores, a LC foca revendas de material elétrico e até mesmo lojas de material de construção. "Muitos eletricistas estão começando a agregar cabeamento a seus serviços", diz.
      Para conquistar esse nicho de mercado, a HellermannTyton está importando os produtos da Ásia. Além dos custos até 50% inferiores, um outro ponto importante foi a simplificação e modularização da linha: a solução completa e composta por apenas 11 produtos, que se intercambiam e atendem à
maioria das aplicações: patch panel com um ou três módulos; módulo de oito portas para patch panel; módulos cegos para patch panel; conector RJ-45 fêmea e macho; patch cords (1,5 e 2,5 m); ferramenta de terminação; decapador; e cabo UTP Cat. 5E CMX. "Com os módulos de oito portas, não há desperdício de portas. Redes menores podem economizar e manter a estética", diz. A linha LC não inclui Cat.6 e superiores nem cabeamento óptico.
      Um produto importante para o sucesso da solução é a ferramenta de inserção, que faz a terminação e corte dos quatro pares de um RJ-45 fêmea ao mesmo tempo, aumentando a produtividade. Também evita que o instalador se machuque e danifique móveis ou paredes ao apoiar o RJ-45 fêmea se usar uma ferramenta de impacto. "A nova ferramenta cria uma padronização na conectorização", diz. As tomadas ou módulos são do tipo RJ-45 fêmea (8P8C) keystone.


      Os produtos são embalados em blisters com furações que permitem a disposição em gancheiras nos pontos de venda, com instruções detalhadas da instalação no verso. "A linha dispensa testes, treinamentos e certificações e foi totalmente projetada para evitar erros do instalador", diz. Além disso, a empresa mantém um canal direto para esclarecimentos de dúvidas dos clientes. A linha tem a marca da HellermannTyton, mas não faz parte do seu programa de certificação e garantia estendida, o Network Sciences. Mesmo assim, a linha LC possui um ano de garantia.
      Com planta de 13 mil metros quadrados em Jundiaí, SP, a HellermannTyton emprega cerca de 350 pessoas e produz sistemas de fixação e amarração para fios e cabos, canalização e identificação.
      A linha de cabeamento estruturado de alta densidade da HellermannTyton, como a RapidNet, é comercializada por meio de uma rede de 12 distribuidores espalhados pelo país. A companhia conta com um programa de garantia estendida de 25 anos para seus integradores certificados. Hoje são mais de 200 canais treinados. Entre seus recentes fornecimentos esta o da revitalização da rede da USP - Universidade de São Paulo, que vai fazer uma migração do cabeamento estruturado para Categoria 6 no período 2012-2013, além de construir anéis ópticos e data centers.

                                                                                               Artigo da revista RTI – Edição julho 2012.


Smart Grid

Uma grande mudança no setor de eletricidade.


As smart grids - redes inteligentes - são essenciais para transformar as redes de eletricidade e assim lidar com a crescente demanda, a geração intermitente e distribuição renovável e as pressões ambientais. Mas há tantos desafios quanto oportunidades.
      Cerca de 50 bilhões de dispositivos de diversos tipos podem estar conectados um ao outro ao redor do mundo até 2020, de acordo com estimativas. E esse número pode ser até conservador, considerando os 6 bilhões de celulares existentes hoje no mundo. As redes de eletricidade serão o alicerce dessa "constelação de microrredes", fornecendo eletricidade para praticamente todos os outros componentes de uma forma ou de outra, mas também explorando as novas possibilidades oferecidas pelas primorosas tecnologias de informação e comunicação (ICT).
      A soma dessas possibilidades geralmente é chamada de "smart grid", com o foco de gerenciar melhor a energia do sistema através da coordenação de microrredes. As definições variam, mas, em um sentido amplo, o termo é usado para descrever as redes de eletricidade com capacidade bidirecional de comunicação e energia, da geração - convencional e renovável- ao uso final: comercial, industrial e residencial. A rede inteligente é tanto uma criadora quanto um requisito do setor de energia, que evolui em resposta a diversas demandas. No setor tradicional de energia, a maior parte dela é produzida principalmente por grandes geradores alimentados por combustíveis fósseis, sendo então enviada para os clientes que pagam um preço de varejo médio e determinado uma única vez. A comunicação sempre foi um processo de mão única, com o consumo previsto e financeiramente reconciliado através de leituras de medidores - feitas manual e individualmente - meses após a entrega.
      Os meios atuais de produção de energia operam com emissões de CO2 excessivamente altas. Seguindo
as tendências atuais, por exemplo, as emissões anuais de CO2  crescerão dos aproximados 30 Gt do momento para aproximadamente 43 Gt até 2035, quando a produção global de petróleo deverá ter alcançado seu pico. Então, muita coisa está em jogo. As smart grids estão no topo da agenda dos legisladores e estiveram presentes na Conferência Rio+20, com o objetivo de ajudar a fornecer acesso universal a energia para todos. A rede inteligente já é um requisito do setor de energia.

GERANDO A MUDANÇA
     
Com a rede inteligente, a comunicação se torna multidimensional, com as informações fluindo entre diversos dispositivos participantes e pontos de consumo em tempo real. Isso permitirá que todo o sistema opere de forma mais flexível e facilite a penetração de tecnologias de baixo carbono, tais como veículos elétricos. As redes inteligentes também devem liderar a evolução de políticas de energia, trazendo vantagens aos usuários de eletricidade similares às experimentadas em outras áreas, como a comunicação. O preço da eletricidade também pode flutuar hora a hora ou minuto a minuto, conforme a disponibilidade de energia no sistema.
      Renováveis fazem parte da solução. A energia eólica, solar, geotérmica e marítima crescerá mais rápido do que outras fontes no mundo, em uma taxa de 7,2% ao ano até 2030. A energia renovável precisa ser integrada em um sistema consistente de gestão de energia, cujo papel é equilibrar toda a rede de transmissão e distribuição através de instalações de geração e armazenamento de energia distribuída em tempo real, em pequena escala, tais como instalações solares em telhados ou veículos elétricos operando em sistema plug-in. As redes inteligentes melhorarão a utilização de recursos de rede dando aos clientes o incentivo para alterar o consumo para períodos de alta disponibilidade de energia (períodos fora de pico, ou períodos renováveis de pico). A melhor eficiência da rede também reduzirá a necessidade de uma nova infraestrutura, especialmente em áreas congestionadas onde os
 custos - e a oposição pública - estão subindo. Aqui, a eletrônica de potência ajudará a aumentar a densidade da vazão de energia sobre a capacidade existente.
      As redes inteligentes também melhorarão a eficiência geral do sistema, permitindo maior integração entre regiões ou países. Para regiões cobrindo diferentes horários e climas, as redes inteligentes melhorarão muito o equilíbrio entre consumo de energia e geração renovável, aumentando, assim, a eficiência da rede. Oportunidades parecidas existem na América do Norte, onde a maior parte da infraestrutura da rede é regionalizada. Além dos benefícios econômicos, as redes inteligentes facilitarão o desenvolvimento de redes de larga escala e zero carbono. Embora o consumo de eletricidade represente apenas 17% do uso total de energia hoje, ele leva a 40% de emissões globais de CO2, o que se deve em grande parte ao fato de a eletricidade ser produzida com combustíveis fósseis. As redes inteligentes ajudarão a reduzir pela metade essa contribuição, diretamente através de uma melhor eficiência do sistema da rede, e indiretamente através do suporte a veículos elétricos e renováveis.
      As redes inteligentes podem liderar a evolução das políticas energéticas.

INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIAS
     
Investimentos significativos são necessários para que seja possível extrair benefícios integrais dessas tecnologias. Uma rede inteligente completamente funcional nos EUA exigiria investimentos entre US$ 338 e US$ 476 bilhões, de acordo com o Electric Power Research Institute (EPRI). O EPRI estima benefícios entre US$ 1,3 e US$ 2 trilhões. No entanto, o setor tem visto um gasto relativamente baixo e decrescente em P&D ao longo dos últimos anos. A boa notícia é que as tecnologias que acabarão por compor a rede inteligente não precisam ser empregadas ao mesmo tempo; a rede inteligente pode ser gradualmente implementada ao longo de anos, até décadas, com veículos de distribuição renovável a longo prazo. A abordagem é identificar e desenvolver sinergias entre essas tecnologias de componentes críticos. Definimos 15 iniciativas de soluções inteligentes críticas, cobrindo as salas de controle de rede, as soluções de subestação digital e a eletrônica de potência. As atividades de rede inteligente cobrem as tecnologias na cadeia de valor: eletrônica de potência incluindo os sistemas de HVDC, FACTS, conversores para renováveis, compensadores estáticos de VAr, além de STATCOMs (soluções de automação de subestação cobrindo toda a proteção e o controle para aplicativos de transmissão e distribuição, assim como TI da sala de controIe). Nosso objetivo é fornecer soluções inteligentes para diversas escalas geográficas, ecodistritos e microrredes através de cidades inteligentes até redes regionais e internacionais. No futuro, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as energias renováveis e os veículos elétricos precisarão ser integrados através de comunidades virtuais de energia para garantir que ela seja usada o mais próximo possível de seu local de produção – evitando o congestionamento nas redes de transmissão.
      A rede inteligente também se tornará uma espinha dorsal para a integração de futuros sistemas de transporte elétrico para permitir vazão bidirecional de energias entre infraestrutura de transporte e redes de concessionárias.
      Esses exemplos ilustram o fato de que a rede inteligente não trata apenas de medidores inteligentes, mas principalmente de comunicação em pontos anteriores do processo, automação e TI de gestão de energia.
      A rede inteligente pode ser desenvolvida gradualmente.

NORMAS: UM ELEMENTO VITAL
     
Além disso, as normas são cruciais para a integração de tantos tipos diferentes de equipamentos e usos entre várias entidades conectoras da rede - consumidores, veículos, prédios, parques renováveis. Elas também são essenciais para alcançar o retorno tecnológico sobre o investimento para as concessionárias. Um conjunto comum de normas para garantir a interoperabilidade entre a infraestrutura da rede inteligente gerará confiança do mercado nesses novos usos e estimulará o investimento das concessionárias.
      O tempo é um dilema. Se a normatização for prematura, ela poderia inibir a adoção de tecnologias posteriores; se ocorrer tarde demais, os custos de transição para a nova norma evitariam a disseminação da tecnologia em larga escala. Muito trabalho foi dedicado para a adoção da norma IEC; é importante complementá-la com novos usos de rede inteligente e acelerar a transição. No entanto, a interoperabilidade trará novas dificuldades. Embora os sistemas de controle de rede tenham ficado historicamente isolados da infraestrutura pública de TI, novos pontos de conexão com o cliente abrirão novos riscos para invasão digital. A segurança digital é então crítica para os futuros sistemas de rede.

AVANÇOS
     
As soluções de redes inteligentes tem sido aplicadas em redes de transmissão ao longo dos últimos anos e estão sendo expandidas em direção a novos usos de distribuição. As próximas etapas - projetos de grande escala integrais - envolverão todos os operadores e stakeholders do negócio de energia. O projeto Fenix é considerado pela Comissão Europeia como um primeiro passo nessa área. O projeto TWENTIES será um protótipo de ferramentas de gestão online de estabilidade e demonstrará tecnologias críticas necessárias para estabelecer uma rede de transmissão em toda a Europa, híbrida entre CD e CA, capaz de responder à crescente porção de renováveis até 2020. O projeto de rede inteligente Noroeste do Pacífico, nos EUA, testa novas tecnologias de central de controle de geração para otimizar o desempenho da infraestrutura da rede até os usuários finais residenciais.
      As redes inteligentes também afetarão a forma como negociamos energia quando interações em tempo real ocorrerem entre todos os responsáveis pela cadeia de valor.

EUROPA E RESTO DO MUNDO
NORMATIZAÇÃO DAS REDES INTELIGENTES

      O IEC definiu um Grupo Estratégico em rede inteligente em 2008. Ele produziu um mapa e uma lista de 100 normas de IEC relevantes, incluindo o IEC 61970 (CIM), IEC 61850 (Automação de Subestação) e IEC/TS 62351 (Segurança). O Instituto Nacional dos EUA de Normas e Tecnologia (NIST) emitiu um quadro de trabalho e mapa para normas de interoperabilidade das redes inteligentes. O IEEE tem trabalhado de perto com o NIST para desenvolver um mapa de normas e padrões de testes e certificação para a rede inteligente. A Comissão Europeia reconheceu a importância do desenvolvimento da rede inteligente ao futuro econômico da Europa. Ela estabeleceu uma força-tarefa de redes inteligentes e emitiu diversos mandatos para as organizações de normas europeias. O Instituto Europeu de Normas de Telecomunicação (ETSI) e o Comitê Europeu de Normatização Eletrotécnica (CEN/CENELEC) estão trabalhando juntos no Mandato M490 para cobrir as necessidades de redes inteligentes para todos os setores. Um primeiro con- junto de normas de redes inteligentes e uma arquitetura de referência estarão disponíveis no final de 2012.
      O NIST desempenha um dos principais papeis no desenvolvimento das redes inteligentes - ligando concessionárias, órgãos regulamentadores, fabricantes, consumidores e fornecedores de energia para desenvolver interoperabilidade. O processo de trabalho do NIST é liderado pelo Painel de Interoperabilidade de redes inteligentes (SGIP). O SGFAC oferece instruções a liderança do NIST para seu trabalho atual e futuro em redes inteligentes, incluindo os processos do SGIP.
      Em julho de 2011, o SGIP registrou as seis primeiras entradas em seu Catálogo de Normas, um guia para todos os envolvidos em tecnologias relacionadas a redes inteligentes. Em agosto de 2011, a Comissão Federal Regulatória de Energia (FERC) decidiu que não estabeleceria uma regra sobre as normas de redes inteligentes, mas encorajou os públicos de relacionamento a participarem do processo de interoperabilidade do NIST, que hoje é a base para desenvolver normas de interoperabilidade. Com este apoio da FERC, uma maior participação de concessionárias nas atividades do SGIP ajudará a obter os níveis adequados de "consenso" que devem ser adaptados e implementados pela indústria.
      O interesse em redes inteligentes tem crescido rapidamente no Brasil, e o país está desempenhando um papel ativo em diferentes iniciativas internacionais, sendo anfitrião de diversas grandes conferências sobre rede inteligente em 2012, inclusive a DistributechBrasil2012.


                                                                Artigo da revista GTD – energia elétrica, edição jul/ago 2012 por Ricardo Hering (Brasil), Dr Lawrence Jones (EUA) e Laurent Schmitt (França), da Alstom.

ELETRICIDADE SOBRE RODAS

Bondes, trólebus, trens e carros elétricos: as velhas técnicas que continuam modernas e atuais com a devida atualização tecnológicas

 

     Embora o uso da eletricidade nos meios de transporte pareça algo recente, que sugere modernidade e consciência ambiental, como no caso dos veículos elétricos, a tecnologia é mais do que centenária. Foi empregada em trens e bondes, responsáveis por levar desenvolvimento as cidades por onde passavam seus trilhos, e foi vanguarda dos carros a combustão que enchem as cidades nos dias de hoje.
      Ao longo dos anos, a eletricidade foi incorporada aos meios de transporte e os trens a vapor, carros de boi e charretes, aos poucos, foram substituídos por trens, bondes e carros elétricos. Estes dois últimos não tiveram vida longa, visto que o desenvolvimento da indústria do petróleo favoreceu econômica e tecnologicamente o emprego de combustíveis fósseis nesses dois veículos. Em alguns países, os bondes evoluíram e se tornaram importantes meios de transporte de massa. E, nos últimos anos, tem sido mais e melhor estudada a tecnologia híbrida para alimentar veículos que estão sendo desenvolvidos para emitirem menos poluição a partir da substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais sustentáveis, entre elas, a energia eIétrica.
      Na "Memória da eletricidade" desta edição, contamos parte dessa história, que começa em 10 de janeiro de 1863, quando a eletricidade não havia ainda sido inventada e os trens subterrâneos de Londres funcionavam movidos a vapor. A criação do primeiro metrô do mundo, ideia de Charles Pearson, se deu por causa do grande número de carroças, carruagens e ônibus de dois andares puxados a cavalos. Só a partir de 1890, com o advento da eletricidade, o traçado passou a ser todo debaixo da terra, tendo resolvido o problema da ventilação. Não demorou então para que o metrô (ou "tubo", como era chamado) se tornasse a "menina dos olhos" dos londrinos.
      Paralelamente, em 1842, o inventor escocês Robert Davidson construiu a primeira locomotiva com um sistema de força elétrica. A Galvani era formada por quatro rodas e 4,8 m de comprimento, pesando cinco toneladas. Alimentado por uma bateria de pilhas (ferro-zinco), o motor tinha bobinas indutoras em ferradura, sem núcleo ferromagnético, e em frente as ferraduras rodavam barras de ferro apoiadas no eixo das rodas. O arranque era manual, testada em linha com bitola de 1,435 m e atingia a velocidade de 6 km/h. Em 1860, Antonio Pacinotti construiu um modelo de máquina eletromagnética com enrolamento induzido em anel e formulou o princípio da reversibilidade das máquinas de corrente continua.
      Porém, todo esse trabalho só foi a frente por causa da construção das máquinas de corrente contínua, por Werner Von Siemens, que deu uma propulsão ao desenvolvimento desse tipo de transporte. Em 1879, Siemens desenvolveu a primeira locomotiva com um cavalo-vapor de 3. Tratava-se de um comboio miniatura puxado por uma locomotiva de 50 centímetros com 2,5 KW de potência numa extensão de 300 metros. O motor elétrico de corrente contínua era alimentado pelos carris e a rede elétrica era energizada em 550 volts (corrente contínua). Oficial de artilharia prussiano e engenheiro elétrico, Siemens apresentou em 29 de abril de 1882 o primeiro veículo elétrico sem trilhos, alimentado por rede aérea e precursor do trólebus.


                                                 Artigo da revista O Setor Elétrico, edição76 maio de 2012 por Renato Baran e Luiz Fernando Loureiro Legey.