terça-feira, 7 de agosto de 2012

ELETRICIDADE SOBRE RODAS

Bondes, trólebus, trens e carros elétricos: as velhas técnicas que continuam modernas e atuais com a devida atualização tecnológicas

 

     Embora o uso da eletricidade nos meios de transporte pareça algo recente, que sugere modernidade e consciência ambiental, como no caso dos veículos elétricos, a tecnologia é mais do que centenária. Foi empregada em trens e bondes, responsáveis por levar desenvolvimento as cidades por onde passavam seus trilhos, e foi vanguarda dos carros a combustão que enchem as cidades nos dias de hoje.
      Ao longo dos anos, a eletricidade foi incorporada aos meios de transporte e os trens a vapor, carros de boi e charretes, aos poucos, foram substituídos por trens, bondes e carros elétricos. Estes dois últimos não tiveram vida longa, visto que o desenvolvimento da indústria do petróleo favoreceu econômica e tecnologicamente o emprego de combustíveis fósseis nesses dois veículos. Em alguns países, os bondes evoluíram e se tornaram importantes meios de transporte de massa. E, nos últimos anos, tem sido mais e melhor estudada a tecnologia híbrida para alimentar veículos que estão sendo desenvolvidos para emitirem menos poluição a partir da substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais sustentáveis, entre elas, a energia eIétrica.
      Na "Memória da eletricidade" desta edição, contamos parte dessa história, que começa em 10 de janeiro de 1863, quando a eletricidade não havia ainda sido inventada e os trens subterrâneos de Londres funcionavam movidos a vapor. A criação do primeiro metrô do mundo, ideia de Charles Pearson, se deu por causa do grande número de carroças, carruagens e ônibus de dois andares puxados a cavalos. Só a partir de 1890, com o advento da eletricidade, o traçado passou a ser todo debaixo da terra, tendo resolvido o problema da ventilação. Não demorou então para que o metrô (ou "tubo", como era chamado) se tornasse a "menina dos olhos" dos londrinos.
      Paralelamente, em 1842, o inventor escocês Robert Davidson construiu a primeira locomotiva com um sistema de força elétrica. A Galvani era formada por quatro rodas e 4,8 m de comprimento, pesando cinco toneladas. Alimentado por uma bateria de pilhas (ferro-zinco), o motor tinha bobinas indutoras em ferradura, sem núcleo ferromagnético, e em frente as ferraduras rodavam barras de ferro apoiadas no eixo das rodas. O arranque era manual, testada em linha com bitola de 1,435 m e atingia a velocidade de 6 km/h. Em 1860, Antonio Pacinotti construiu um modelo de máquina eletromagnética com enrolamento induzido em anel e formulou o princípio da reversibilidade das máquinas de corrente continua.
      Porém, todo esse trabalho só foi a frente por causa da construção das máquinas de corrente contínua, por Werner Von Siemens, que deu uma propulsão ao desenvolvimento desse tipo de transporte. Em 1879, Siemens desenvolveu a primeira locomotiva com um cavalo-vapor de 3. Tratava-se de um comboio miniatura puxado por uma locomotiva de 50 centímetros com 2,5 KW de potência numa extensão de 300 metros. O motor elétrico de corrente contínua era alimentado pelos carris e a rede elétrica era energizada em 550 volts (corrente contínua). Oficial de artilharia prussiano e engenheiro elétrico, Siemens apresentou em 29 de abril de 1882 o primeiro veículo elétrico sem trilhos, alimentado por rede aérea e precursor do trólebus.


                                                 Artigo da revista O Setor Elétrico, edição76 maio de 2012 por Renato Baran e Luiz Fernando Loureiro Legey.

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