No que diz
respeito à corrente nominal do motor (A), nem sempre motores de mesma potência
possuem a mesma corrente, isso pode variar devido à data de fabricação,
polaridade entre outros. Em outras palavras, se o dimensionamento for baseado
apenas na potência nominal do motor (Kw/cv e tensão de operação) o drive poderá
não atender na aplicação a ser acionada. Quanto a carga do motor a ser
acionado, é vital saber o nível de sobrecarga exigido pela aplicação. Uma carga
pode ser quadrática, linear, constante ou inversa.
Para cada tipo
de carga e aplicação, a inércia pode variar. A inércia é a tendência de uma
massa permanecer em seu estado inicial, ou seja, um corpo que está parado
continua parado até que alguma força seja aplicada sobre ele, neste caso, a
inércia depende da massa X (forma construtiva). Em geral, utiliza-se 10% de
sobrecarga para aplicações como bombas centrífugas, ventiladores, compressores
e cargas com torque quadrático em geral. Para aplicações como sopradores,
esteiras, ou seja, cargas com torque constante, utiliza-se normalmente 150% de
sobrecarga. Para aplicações como moinhos, britadores, furlão, mionhos de bola,
ou seja, cargas com torque inverso, deve-se sempre saber o nível de sobrecarga
exato, pois este pode variar muito de aplicação para aplicação.
Existem alguns
tipos de regulação para o controle de torque, baseado na carga e aplicação, que
são Controle escalar - FCC e Controle Vetorial.
No controle
escalar / FCC, o inversor de freqüência controla o torque e a rotação do motor,
de acordo com uma relação entre a tensão de saída e a freqüência de saída.
Um sistema de compensação de
escorregamento corrige a rotação do motor diante de variações de carga,
mantendo-a constante. No controle Vetorial, o conversor decompõe a corrente do
motor em duas parcelas (vetores) a primeira responsável pela geração do campo
magnético rotativo e a segunda responsável pela geração de torque no rotor. O
conversor passa a controlar estas duas parcelas separadamente, o que garante
uma resposta dinâmica e um desempenho comparados a um acionamento CC.
Finalmente
podemos falar de “derating”, ou seja, a redução de potência (corrente ou
tensão) nominal do conversor, devido às condições do local de instalação ou
forma de uso do equipamento. O derating possui alguns pontos relevantes, que
são a temperatura ambiente, altitude do local de instalação em relação ao nível
do mar e freqüência de chaveamento. Dependendo da aplicação, a temperatura
ambiente pode variar de 40º C a 50º C,
não devendo ultrapassar este
parâmetro. A altitude máxima indicada para trabalho é de 1000m em relação ao
nível do mar. Ao que diz respeito à freqüência de chaveamento, existe hoje
disponível em mercado, drives com faixas variadas entre 2KHz a 16KHz.
Quando mal
dimensionado, um drive pode não atender a aplicação, gerando um re-trabalho de
especificação e compra/troca para adequar ao fornecimento. Para correto
funcionamento de um drive, além do dimensionamento já citado, deve ser levado
em conta a instalação por um eletricista capacitado, com as devidas proteções
para este equipamento eletrônico, como por exemplo, fusíveis.
A
parametrização deve ser feita por um profissional especialista, que fará a
inserção dos dados nominais do motor e programação de rampas de aceleração e
desaceleração, entre outros. Caso a aplicação permita regeneração, pode-se
tornar um grande potencial de redução de energia. A energia devolvida ao módulo
do drive é reaproveitada pela rede elétrica, fazendo-se desnecessário o uso de
resistor de frenagem e reator de entrada.
Willian
Jacon
Promotor Técnico
de Acionamentos na REYMASTER
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